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A Cidade e a Habitação: Repensar o Urbanismo para um Futuro Sustentável


No dia 4 de dezembro, o Externato Paulo VI teve o privilégio de receber o Engenheiro Civil e Arquiteto António Jorge Cerejeira Fontes, professor convidado na Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho e arquiteto no Gabinete Cerejeira Fontes, para uma aula aberta com os alunos do 9.º A, orientada pela professora Flora Macedo da disciplina de Cidadania. O tema central da aula foi "A Cidade e a Habitação", focando-se no crescimento urbano, nas desigualdades globais e nos desafios da sustentabilidade.

 

Esta aula enquadrou-se no estudo do Projeto Sustentabilidade do colégio, no qual a turma está a examinar a ODS 11, que visa tornar as cidades e as comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

 

O Crescimento das Cidades foi um dos primeiros tópicos abordados por António Fontes, que destacou o aumento acelerado da urbanização. Em 1910, apenas 10% da população mundial vivia em áreas urbanas, enquanto em 2015 esse número ultrapassou os 75%. O arquiteto citou a Cidade do México como exemplo, que cresceu de 150 mil habitantes no início do século XX para mais de 20 milhões atualmente. Este ritmo de crescimento desafia as infraestruturas urbanas, que muitas vezes não conseguem acompanhar a expansão.

 

No entanto, o crescimento urbano também é acompanhado de profundas desigualdades. Cerejeira Fontes destacou que as cidades, responsáveis por 70% do consumo de energia global, são as principais fontes de pegada ecológica e consumo energético. Por outro lado, regiões no hemisfério sul continuam a enfrentar grandes desafios em termos de desenvolvimento, acesso limitado a serviços básicos e níveis elevados de pobreza, criando uma grande disparidade no desenvolvimento urbano.

 

Sobre o Modelo Urbano e o Impacto Ambiental, o arquiteto destacou os efeitos da fragmentação urbana e da expansão suburbana, fenômenos visíveis não apenas nos Estados Unidos, mas também em muitas cidades europeias e brasileiras. Estes modelos criam áreas de baixa densidade populacional, onde a dependência do carro é quase inevitável, o transporte público é deficiente e a sustentabilidade torna-se um desafio difícil de alcançar.

 

Os próprios alunos referenciaram a cidade de Braga, que devido ao preço da habitação no centro da cidade, a opção da maioria da população bracarense passa por viver nas áreas limítrofes, indicando as várias consequências, nomeadamente o uso do carro, cuja média de utilizadores por carro em Portugal situa-se em 1,2 pessoas por veículo.

 

Cerejeira Fontes apelou à necessidade de um novo modelo urbano, baseado em cidades mais compactas e eficientes, como Barcelona, onde as infraestruturas são otimizadas e as densidades equilibradas.

 

O planeamento urbano integrado foi um dos aspetos mais discutidos. Cerejeira Fontes sugeriu que o desenho urbano deve promover a convivência de diferentes funções — habitacional, comercial e de lazer — e garantir um acesso equitativo a serviços essenciais, com o objetivo de minimizar as deslocações e promover a proximidade das funções urbanas.

 

"A cidade é a maior invenção humana, mas o seu impacto ambiental exige responsabilidade coletiva", afirmou Cerejeira Fontes, membro do Instituto Amaro da Costa (IDL), que investiga questões culturais, sociais, económicas e políticas ligadas à democracia em Portugal. Destacou ainda que a nova geração presente na aula poderá contribuir para mudar esta realidade, assumindo um papel ativo na sociedade e na política no futuro.

 

Por fim, o arquiteto abordou as dimensões sociais e económicas das cidades. Em particular, falou sobre as desigualdades geradas pela especulação imobiliária e pelo turismo. No centro das grandes cidades, as populações locais são muitas vezes deslocadas para as periferias, onde o acesso a serviços e infraestruturas é limitado. "A economia circular local está em declínio", alertou Cerejeira Fontes, sublinhando que as grandes cadeias internacionais absorvem a riqueza das comunidades locais, prejudicando a economia local.

 

O Branding do Externato Paulo VI: Compromisso com a Sustentabilidade e a Educação de Excelência

 

Esta aula no Externato Paulo VI, que ligou teoria e prática, foi mais do que um simples exercício académico: foi uma demonstração clara do compromisso da escola com a sustentabilidade e a educação de excelência. Ao integrar temas da ODS 11 nos seus projetos pedagógicos, a escola não só contribui para a formação de cidadãos informados e conscientes, como também alinha as suas práticas educativas com os desafios globais atuais.

 

Ao promover debates sobre o urbanismo sustentável, o Externato Paulo VI reforça a sua missão de preparar os alunos para um futuro mais inclusivo, justo e ambientalmente responsável.

 



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